Brincadeiras de assombração

Marta havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Marta decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado, chegando lá não havia nada de diferente dos outros cômodos já olhados por ela. Mas ela não sabia do pior, à noite as pessoas quem moravam no bairro inteiro ouviam gritos vindos da casa que era mal assombrada. Os vizinhos alertaram Marta do fato, mas ela achava que era coisa da imaginação da vizinhança.
Já na primeira noite, Marta que desacreditava das pessoas que a haviam avisado dos recentes acontecimentos estranhos e esquisitos, que sempre havia na casa, começou a mudar seus conceitos a respeito dos vizinhos dela, que já a tinham alertado. Após escutar alguns barulhos pra lá de estranhos, ela ficou com muito medo. Na madrugada, quando levantou para ir ao banheiro, percebeu uma sombra parada próxima à janela do banheiro. Foi quando ela voltou correndo para o seu quarto e se enfiou embaixo dos lençóis novamente com muito medo. Mas depois que deitou na sua cama de novo passou a ouvir ruídos, barulhos estranhos, e às vezes até uns gemidos de dor, até que de repente tudo ficou no mais absoluto silêncio.
Quando amanheceu o dia não contou nada a ninguém. O dia estava ocorrendo normalmente, a tarde passou e a noite chegou. Na madrugada, novamente voltou o barulho perturbador, ela tremia de medo, não conseguia dormir e nem se levantar da cama para avisar o restante das pessoas da casa. Dessa vez a sombra estava na janela do seu quarto, fazendo aqueles mesmos barulhos estranhos do dia anterior, mas dessa vez ela não arriscou a se levantar da cama para ver o que estava acontecendo. Aos poucos o dia foi clareando, e do mesmo jeito o silêncio voltava a reinar. Durante o dia, ela pensou bem, e se caso acontecesse esse episódio novamente na próxima noite, iria acordar as pessoas da casa e tentar descobrir quem era ou o que era, porque estava muito estranho tudo isso que estava acontecendo nas madrugadas. E só ela escutava, pelo menos era o que parecia.
Lá foi o dia se passando novamente e se aproximando a madrugada. E mais uma vez se deitou e ficou atenta para ver se iria acontecer as coisas que estavam acontecendo constantemente. Ao passar algum tempo, insistentemente o barulho e aquela sombra bizarra de novo estava presente nas proximidades do seu quarto. Foi quando resolveu levantar-se da cama e ir para o outro quarto comunicar suas duas irmãs. Elas se levantaram da cama e, todas juntas, resolveram ir até no interior da casa para ver se tinha algo diferente ou estranho no local. Chegando lá, tinha um homem meio que esquisito, com panelas, e outros objetos na mão. Elas ficaram muito assustadas com o homem desconhecido. Rapidamente, ligaram para a polícia, que logo chegou e capturou o homem.
Depois disso, a paz e a tranquilidade começou a reinar na casa delas.
Algum tempo depois, Marta e suas irmãs descobriram que o homem é da própria vizinhança e que tinha problemas mentais, mas ao longo do tempo se cuidou e estava totalmente arrependido do que tinha feito. Foi até Marta e pediu desculpas pelas brincadeiras desagradáveis.
Daí em diante, todo o vilarejo ficou sossegado, porque não iria ter mais esses tipos de problemas.
Acabou que as irmãs de Marta e ela viraram amigas do tal sujeito que se chamava Benedito, que no fundo, no fundo era uma pessoa de bom coração.

Luiz Gustavo - 307