segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Nada acontece por acaso

Pablo havia terminado seu último namoro há uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Pablo foi se sentar com ela.
Quando ele se sentou, ela perguntou se ele não se lembrava dela. Ele disse que não, e que não teria como se esquecer de uma mulher tão linda. Ela sorriu meio sem graça, mas se conteve. Ela insistiu um pouco, mas ele nada de se lembrar. Então ela perguntou se ele se lembrava de uma jovem gordinha, de óculos, aparelho nos dentes, que sempre era alvo de chacotas na sala de aula, quando estavam cursando a 6ª série. Ele olhava não acreditando...
- Michele? É você mesma?
Ela, toda contente, respondeu:
- Sim, sou a Michele... Mudei bastante, ainda bem que para melhor.
E teve uma longa conversa, recheada de muitas lembranças, algumas boas, outras nem tanto. E falaram de seus relacionamentos, e ambos estavam sozinhos no momento.
Ele, conversando com ela e imaginando que por tantas vezes criticou, zombou desta moça. Ficou um misto de vergonha e arrependimento, porque nunca imaginava que ela ficaria tão linda. E logo veio em sua mente, “jamais terei chance com ela... Ela com certeza vai me desprezar e me humilhará para se vingar de tudo que fiz a ela no passado”.
Quando estava em meio a esses pensamentos, depois de algumas horas de conversa, ela começa a dizer para ele que sempre o admirou, sempre o achou inteligente, um cara legal, independente de algumas vezes ele ter zombado dela. Que sentiu muito quando seus pais se mudaram do bairro onde morava, ela teve que se mudar de escola, imaginou que eles nunca mais se encontrariam. Tentou arrumar namorados, mas seu pensamento sempre se voltava para ele, disse para ele que nunca tinha conseguido esquecê-lo, e pra falar a verdade, ele tinha sido seu primeiro amor. E que naquele dia ela tinha saído com o pensamento de esquecê-lo, pois era tudo uma ilusão, que ele nunca iria se lembrar que um dia ela existiu. E ela precisava viver e tirar o Pablo de sua mente, se entregar a uma paixão, se dar a chance de conhecer um cara legal, que a faria feliz, e quando menos esperava... Dá de cara com seu amor da adolescência. Quando ela o viu entrando no bar, ficou na dúvida se o chamava ou não, porque poderia se magoar mais uma vez, continuar apaixonada por um cara que a desprezava. Mas preferiu tirar a dúvida, para se libertar da ilusão ou quem sabe ter a oportunidade de ser amada.
Ele ficou mudo, ouvindo daquela mulher maravilhosa uma declaração de amor que até aquele dia era platônico. Chegou a pensar que ela estava tirando um sarro da cara dele, e por alguns instantes ficou na dúvida se ela estava mentindo ou não. Ele ficou meio atordoado, e começou a falar:
- Michele, me perdoe por tudo que te fiz no passado. Eu era imaturo, queria estar junto da turma, e ser imbecil era uma coisa comum naquela época.
Ela o interrompeu, dizendo que ele não precisava se desculpar, que entendia, e que aquela velha história de coisas ruins estava enterrada no passado, junto com aquela Michele. Que o que a interessava era o hoje, aquele momento, em que finalmente ela teve a oportunidade de reencontrá-lo, justo no dia em que ela estava disposta a mudar de vida, no qual estava à procura de um novo amor, pois ela estava cansada de estar só, mesmo estando cercada de várias pessoas.
Ele, sem muito pensar, foi logo se aproximando dela, pra ver se era realmente o que ela queria. E logo se beijaram. Aquele momento para ambos foi mágico...
Ela não se continha de tanta emoção, pois finalmente estava ao lado de seu amor, ele feliz por ter tido a oportunidade de estar ao lado de uma mulher tão linda e apaixonada por ele desde a adolescência. E não paravam de se abraçar, beijar e trocar palavras de carinho e afeto. Então decidiram ir embora, pois tinham que contar para suas famílias a novidade. Ele a levou para casa e marcou de buscá-la no outro dia, juntamente com seus pais para um almoço em família.
E foi uma felicidade geral, pois as famílias já se conheciam, mas tinham perdido o contato. Agora estavam reunidos novamente através de seus filhos. A aprovação do namoro foi brindada com muita festa.
Assim, os meses foram se passando, e cada dia eles se descobriam mais apaixonados. O desejo de se casarem logo veio, e não demorou muito chegou o grande dia...
A igreja toda enfeitada, os padrinhos na entrada da igreja, as damas de honra, os pajens, a florista, o pastor, juntamente com o noivo já posicionado no altar. O Buffet preparado para receber os convidados, tudo acertado...
Começa a marcha nupcial, e lá vem toda esplendorosa e radiante de felicidade a noiva!!!

Letícia Dias - 308

Um comentário:

  1. Nossa... que final, heim!!! quem diria que aquela menina ia gostar logo de um dos meninos que zombavam dela e que eles fossem acabar casados. "Cada um que passa em nossa vida,
    passa sozinho, mas não vai só
    nem nos deixa sós é a prova de que duas almas
    não se encontram ao acaso". Gostei bastante da história, mas eu acho que a autora avançou muito os acontecimentos do meio ao final da história, na minha opinião ela poderia explorar um pouco mais o acontecimento. Mas enfim, ficou ótimo.

    Mike de Oliveira Frade. Nº 22. 307

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