terça-feira, 17 de agosto de 2010

O encontro da felicidade

Marta havia se mudado com sua família para uma casa da periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia encontrado. Depois de terem colocado suas coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Marta decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado.
Quando Marta entrou no quarto, começou a escutar um barulho estranho, como se fosse um choro. Foi quando decidiu olhar dentro de um guarda-roupa velho que outra família tinha deixado na casa. E dentro daquele guarda-roupa tinha um bebê de mais ou menos 6 meses chorando muito.
Marta ficou desesperada, correu para a cozinha e contou o que tinha acontecido. Todos ficaram sem saber o que fazer, pois não sabiam de onde e nem de quem era aquela criança. Marta pegou o menino, que estava muito assustado e chorando muito de fome, foi até a cozinha e esquentou um leite para ele, já que ninguém tinha leite materno.
Marta e seu marido ficaram desesperados e ao mesmo tempo felizes, já que eles ainda não tinham filhos. E logo então, seus pensamentos foram o mesmo:
- Vamos adotá-lo!
A irmã de Marta, que havia se mudado com eles, achou a ideia uma loucura, dizendo que, como o menino não era dela (Marta), então ela não teria que ficar com ele. Marta, pelo contrário, pensava que esse menino não veio parar na vida dela à toa. Se ela o encontrou é porque algum propósito tinha.
Passados alguns dias, Marta e seu esposo começaram a dar andamento nos papéis para a adoção. Chegando lá, a mulher lhes disse que teriam que entregar a criança para eles enquanto eles não tinham a guarda, e que eles poderiam correr o risco de outros pais pegarem a criança, pois como eles moravam em um lugar muito simples, eles não teriam condições de criá-lo.
Marta ficou revoltada com a situação, não aceitava de maneira alguma entregar a criança e ainda correr o risco de não tê-lo com ela. Foi então que Marta decidiu entrar na justiça contra eles. Não foi fácil, e depois de 5 meses, Marta conseguiu a guarda da criança.
Todos estavam muito felizes com o mais novo membro da família, Marta e seu marido mais ainda, pois estavam realizando um grande sonho que era ter um filho, já que o marido de Marta não podia ter filhos, pois descobriu que era estéreo.
Num certo dia, Marta estava em sua casa com o seu filho, que colocara o nome de Mateus, quando ouviu alguém bater na porta da sua casa. Quando abriu, viu uma moça nova e chorando muito. Marta, achando aquilo muito estranho, perguntou à moça o que estava acontecendo. Foi quando Marta descobriu que aquela mulher era a mãe biológica de Mateus.
A mulher que se dizia ser a mãe biológica da criança disse que não tinha como sustentar o filho, pois foram mandados para fora de casa, e então, como não tinha recursos para criá-lo, teve que deixá-lo naquele barraco.
Marta ouvia tudo atenciosamente, mas paralisada, sem acreditar no que estava acontecendo. A moça, que se chamava Renata, disse que estava voltando para buscar o filho, pois agora estava com condições melhores para criá-lo.
Marta não sabia o que fazer, passava o dia chorando, não tinha mais vontade de fazer nada e acabou caindo na depressão.
Passado exatamente um ano, quando Marta já estava mais conformada com a situação, ela decidiu ir visitar Mateus, que já estava com quase dois anos de idade. Chegando lá, a mãe dele atendeu. Marta disse que estava com muita saudade do garoto e que queria vê-lo. Quando Marta entrou e viu Mateus sozinho num canto, se sentiu estranha, mas o garoto, ao vê-la foi logo dando um grande abraço nela, e Marta não conteve as lágrimas.
Ela já estava quase indo embora quando percebeu que Mateus estava com muitas manchas na pele, muito machucado e com arranhões. Marta perguntou à mãe o que estava acontecendo, e ela disse que não era nada, que ele apenas tinha caído.
Marta foi embora pensando no que tinha acontecido. Chegou em casa, contou para seu marido e ele também achou muito estranho. Então, decidiram procurar alguma pessoa, algum delegado para investigar o assunto, mas como não tinham dinheiro, eles foram até um amigo deles, lá da periferia mesmo.
O rapaz encarregado de ajudá-los também achou muito estranho, pois não é normal uma criança de apenas 2 anos ter tantos hematomas assim. O rapaz fez várias visitas na casa de Mateus, junto com Marta, fazendo se passar pelo marido dela, quando concluiu que Mateus estava sendo de vítima de espancamento pela mãe e pelo padrasto.
Marta fez a denúncia, e mais uma vez recorreu à justiça, que, indignada com aquilo decidiu dar a guarda provisória para Marta. Alguns dias depois, Marta recebeu um telefonema falando que ela tinha ficado com a guarda definitiva de Mateus, já que a mãe biológica e o padrasto tinham sido presos e eles não tinham familiares.
Marta se sentiu aliviada e muito feliz. Ela viu que o propósito de um dia ter encontrado Mateus na sua vida, era que ele iria fazer dela e de seu marido, as pessoas mais felizes do mundo!

Carla - 307

Um comentário:

  1. Parabens Carla !!

    Gostei muito deste conto pois relata o fato que hoje em dia acontece infelizmente em nossas realidades que é o abandono de criancas recem nascidas e o espancamento em menores .. mais tambem nos mostra que nada na vida é por acaso e por mais que possamos sofrer temos um proposito em nossas vidas .

    Ramon Bruno 306

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